No rescaldo do evento organizado pela Devlop, nos passados dias de 25 e 27 de Março, em conjunto com a Champ (fornecedor da TAP e SATA, numa solução para linhas aéreas: CargoSpot), APAT, TAP e SATA, e com a presença da Lufthansa Portugal e de mais de 80 profissionais entre Lisboa e Porto podemos concluir que este é um tema que interessa e preocupa os responsáveis desta atividade e que é estratégico para quem assume este serviço no seu portefólio.
Adiado até nova data ainda a estabelecer, a IATA tinha como objetivo a obrigatoriedade de transmissão do AirWayBill por via eletrónica (eAWB) durante o ano de 2015 a nível mundial, por forma a tornar paperless este processo que envolve as linhas aéreas, operadores de handling, agentes de carga e clientes finais. Apesar do mesmo não ter sido cumprido, tem havido um crescimento substancial a nível internacional em diversos mercados e países, em que os transitários e companhias aéreas que já adotaram este paradigma na sua operação.
Atualmente, a visão da IATA na adoção do Efreight nos próximos anos é atingir os 100% de emissão no e-AWB nas companhias preparadas para tal, até final de 2018.
No entanto, em Portugal, tem havido um adiamento por parte do ecossistema da carga aérea e consequentemente dos transitários em adotarem as ferramentas necessárias para começarem a emissão do AirWay Bill eletrónico, adaptando o seu software de gestão de carga aérea ou adquirindo novas soluções que o permitam fazer, preferencialmente de forma integrada e sem duplicação de trabalho na inserção de dados.
É relevante também a posição da TAP neste processo. Ainda não decidiu de que forma vai disponibilizar este serviço, se por via direta ou ligando-se a um hub, como a maioria das companhias aéreas internacionais o fizeram, através da Champ. Por outro, a SATA, já permite uma ligação direta ao seu sistema, sendo possível emitir o eAWB e iniciar o processo do eFreight por parte dos Transitários com esta companhia, para quem tenha carga aérea de e para as ilhas portuguesas.
Em Portugal, sabemos da existência de dois projetos piloto na adoção do eFreight com as empresas de carga aérea, Geocargo e a AASMVAZ, pelo que aconselhamos a que reflitam sobre o tema e tomem medidas na adoção de soluções que respondam a este desafio, e não esperem pelas decisões de outras entidades. Poderá ser tarde demais, ou terá custos maiores do que fazê-lo de forma estruturada e planeada.